Mercado Nord Pool Spot: um exemplo para o mercado livre do Brasil

Uma intrigante questão vem sendo discutida nos últimos anos: será que o Mercado Livre de Energia substituirá completamente o mercado cativo, o qual estamos acostumados? Uma coisa é certa: a busca por uma matriz energética mais eficiente, sustentável e flexível, tem colocado em pauta a possível substituição do modelo tradicional pelo dinâmico, onde os consumidores terão liberdade de escolher a empresa da qual desejarão receber energia elétrica.

Vamos explorar este tema utilizando o exemplo dos países nórdicos, como Noruega, Suécia, Finlândia, Dinamarca, Estônia, Lituânia e Letônia, que adotaram, com sucesso, o Mercado Nord Pool Spot. Por meio dele, examinaremos como o mercado europeu está moldando o futuro da energia e que poderá ser um espelho para o Brasil.

Mercado Nord Pool Spot

Foi em 1991 que a Noruega iniciou um processo de liberalização de setor elétrico visando obter preços menores e, claro, melhoria no serviço. Desta forma, houve acesso livre às redes de transmissão e geração, o que culminou com o mercado competitivo para geradores e fornecedores. Cinco anos depois, a Suécia realizou uma reforma similar e os dois países removeram as taxas sobre os fluxos de energia entre seus mercados, criando, desta forma, o Nord Pool. Em 1998 foi a vez da Finlândia se juntar a esse Pool e, no seguinte, parte da Dinamarca.

De fato, a união dos países reduziu a concentração do mercado de geração resultando no desenvolvimento da competição sem necessidade de divisão de empresas em cada país. Isso também foi importante para aumentar a diversificação de fontes de geração, diminuindo os riscos de racionamento em um país individualmente.

Esse movimento audacioso abriu caminho para uma transformação global, desafiando o paradigma do mercado cativo, onde os consumidores não têm escolha sobre seus fornecedores de energia. Ele ainda se tornou uma referência ao estabelecer um sistema onde a oferta e a demanda determinam os preços, permitindo uma competição mais justa e transparente.

Como funciona o mercado de energia na Europa?

De fato, a Europa, inspirada pelos sucessos nórdicos, abraçou a ideia do Mercado Livre de Energia como um meio de otimizar a eficiência e promover práticas mais sustentáveis. Atualmente, o continente europeu é um laboratório dinâmico, onde diversos países experimentam diferentes abordagens para alcançar uma transição energética mais suave e responsável.

Os mercados de energia europeus operam com base em princípios fundamentais de livre escolha e competição. Lá, os consumidores têm a liberdade de escolher fornecedores com base em diversos critérios, incluindo preços, fontes de energia e práticas ambientais. Esse sistema dinâmico incentiva a inovação e a eficiência, uma vez que as empresas buscam constantemente oferecer serviços mais atrativos para conquistar a preferência do consumidor.

Que benefícios os países nórdicos têm com o modelo atual?

Os consumidores destes países pioneiros colhem inúmeros benefícios com este modelo livre. Além da economia, existem avanços na esfera da tecnologia e do desenvolvimento sustentável.

1. Inovação e competição:
• A abertura do mercado incentiva a inovação, resultando em soluções mais eficientes e sustentáveis.
2. Liberdade de escolha:
• Os consumidores têm o poder de escolher fornecedores e planos que melhor atendam às suas necessidades e valores.
3. Sustentabilidade:
• A flexibilidade para escolher fontes de energia sustentáveis contribui para a redução da pegada de carbono e impulsiona a transição para energias renováveis.
4. Eficiência nos custos:
• A competição leva a preços mais competitivos e incentiva a eficiência na produção e distribuição de energia.
5. Resiliência e conectividade:
• A interconexão entre países, como observado nos países nórdicos, reforça a resiliência do sistema e permite a troca eficiente de energia quando necessário.

Mercado Livre à Frente?

Enquanto o mercado cativo persiste em algumas regiões, a tendência global aponta para uma transição cada vez mais clara em direção ao Mercado Livre de Energia. Os sucessos notáveis dos países nórdicos e de outros líderes europeus destacam não apenas a viabilidade, mas os benefícios substanciais dessa mudança de paradigma.

O Mercado Nord Pool Spot nos países nórdicos da Europa representa uma visão inspiradora de um futuro em que a energia é tratada como uma commodity dinâmica, moldada pelas escolhas dos consumidores e pelos avanços tecnológicos. Ou seja, à medida que outras nações observam esses progressos, a adoção de modelos semelhantes se torna mais provável.

Considerada uma opção viável, o Mercado Livre de Energia também é uma oportunidade para transformar, radicalmente, a forma como a sociedade percebe e consome energia. É por meio dela que será possível ter maior consciência ambiental. Afinal, o modelo surge como o protagonista de uma revolução energética que está apenas começando.

Diante desse contexto, vale a reflexão: a energia vai além de uma necessidade básica, ela é uma escolha consciente que molda o planeta. Por isso, mais do que nunca, o Mercado Livre de Energia é o futuro que já começou.

 

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